No final do dia 15 tudo indicava que os militares teriam tido êxito no golpe militar na Turquia. Que o exército estava unido e que o presidente Tayyip Erdogan fugira do país e que, segundo fontes dos Estados Unidos ele estaria a caminho de Londres.
Embora o mundo democrático em suas manifestações públicas condenasse o golpe, fontes extraoficiais apontavam que a queda de Erdogan seria recebida com alívio na Europa.
Os comentários borbulharam. A MSNBC declarou que a Alemanha teria negado autorização para que Erdogan pousasse em seu território.
Ganhou notoriedade a acusação de Erdogan que jogou a culpa da tentativa de golpe no clérigo turco Fethullah Gulen estabelecido nos Estados Unidos.
No meio da tarde do dia 16, a notícia que o golpe falhara causou surpresa no mundo. Não fazia sentido.
Havia focos de resistência, mas o coronel Muharrem Kose, um dos chefes dos golpistas, foi morto e 1563 militares foram presos.Apesar do cenário triste, a guerra civil teria sido evitada.
A partir deste momento a preocupação a ser se Erdogan iria aproveitar as “circunstâncias” para transformar seu regime autoritário numa ditadura sangrenta.
No final da tarde do dia 16 já eram contabilizadas 265 mortes, (161 civis e 104 militares) 1.400 feridos e 2.800 presos.
Hoje, lamentavelmente, as suspeitas de que o presidente Erdogan usaria a tentativa de golpe como argumento para endurecer “seu regime” vai se confirmando.
Desde a volta de Erdogan 2.700 juízes já haviam sido presos. Hoje foram mais 100.