Turquia: presidente usa tentativa de golpe para endurecer regime

Publicado em 17 de julho de 2016

TurquiaNo final do dia 15 tudo indicava que os militares teriam tido êxito no golpe militar na Turquia. Que o exército estava unido e que o presidente Tayyip Erdogan fugira do país e que, segundo fontes dos Estados Unidos ele estaria a caminho de Londres.
Embora o mundo democrático em suas manifestações públicas condenasse o golpe, fontes extraoficiais apontavam que a queda de Erdogan seria recebida com alívio na Europa.
Os comentários borbulharam. A MSNBC declarou que a Alemanha teria negado autorização para que Erdogan pousasse em seu território.
Ganhou notoriedade a acusação de Erdogan que jogou a culpa da tentativa de golpe no clérigo turco Fethullah Gulen estabelecido nos Estados Unidos.
No meio da tarde do dia 16, a notícia que o golpe falhara causou surpresa no mundo. Não fazia sentido.
Havia focos de resistência, mas o coronel Muharrem Kose, um dos chefes dos golpistas, foi morto e 1563 militares foram presos.Apesar do cenário triste, a guerra civil teria sido evitada.
A partir deste momento a preocupação a ser se Erdogan iria aproveitar as “circunstâncias” para transformar seu regime autoritário numa ditadura sangrenta.
No final da tarde do dia 16 já eram contabilizadas 265 mortes, (161 civis e 104 militares) 1.400 feridos e 2.800 presos.
Hoje, lamentavelmente, as suspeitas de que o presidente Erdogan usaria a tentativa de golpe como argumento para endurecer “seu regime” vai se confirmando.
Desde a volta de Erdogan 2.700 juízes já haviam sido presos. Hoje foram mais 100.

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