A ovelha negra e os salteadores da fazenda municipal

Publicado em 28 de março de 2016

Como a vida é, hem? Mais de seis milhões de brasileiros, incluindo os paranavaienses, protestando dia desses contra a corrupção, contra os desvios morais pela classe política, o prefeito local reunindo o secretariado constantemente, exigindo-lhes mais e mais rigor no trabalho e no cuidado extremo com as coisas públicas para evitarem-se gastos desnecessários, ou que economizassem ao máximo nesses tempos de vacas magras, principalmente neste último ano de sua gestão, ano iminentemente político, de eleições, de julgamento de um ‘impeachment’, ocasião que até ontem foi um ‘prato cheio’ para avanços imorais e antiéticos de toda sorte.

Apesar de tudo isso, eis que BEM LÁ DENTRO da prefeitura uma ovelha negra corrompida dissimuladamente pastava com exclusividade torpe os sagrados frutos do trabalho de toda a equipe administrativa, adiando aos munícipes de menor poder aquisitivo a fortuna de serem atendidos em seus anseios, colocando o dinheiro público em bolsos de corruptores, devedores do erário municipal, os quais durante esse tempo certamente fizeram escárnio das declarações públicas de severidade administrativa do prefeito nisso acompanhado pela maioria dos de sua equipe, e que desconheciam o que de ilícito se dava no meio deles, crendo aqueles corruptores e o orgulhoso barnabé infrator que a manobra criminosa conluiosa engendrada seguia bem sucedida, perfeita. Ledo engano: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. “ (Lucas 12:2)

A mim me revolta sobremaneira haver tomado conhecimento desse fato repugnante, independentemente do nome de seu infeliz barnabé-autor, que tenha longos anos de integração à equipe administrativa municipal, ou que esteja à frente da direção do clube de futebol local, para a qual fora escolhido por sobressair-se perante a comunidade justamente pela posição então ocupada por anos junto à atual gestão municipal. Ficou claro: o poder não é para qualquer um.

Embora eu saiba que as autoridades policiais já tomaram as rédeas legais do caso, afastando a dita ovelha negra do setor para que responda perante Justiça juntamente com a sua súcia de corruptores [“O ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça.” Provérbios 17:23], ainda assim enquanto filho da terra entristeço-me por perceber que a luta contra a corrupção por grande parte do povo brasileiro por ora se assemelha ao bebê de colo que sequer andou mais que dois ou três passinhos em direção ao cumprimento dos preceitos sociais válidos de caráter que nos alce a todos à posição estável de povo e país respeitáveis.

Assim, creio cá com meus seis botões, independentemente de situações políticas e críticas do momento, enquanto o eco dessa luta contra os desmandos em todas as áreas da vida do país, notadamente na mais vulnerável, o da concussão ou desvio na administração pública de modo geral, não adentrar à nossa essência individual, ao íntimo da consciência de cada um de nós, e ficar ali, ribombando como trovões que antecedem uma tempestade sempre que um pensamento desviado chegue de mansinho e nos assalte o coração, porque todos estamos sujeitos à tentação e à queda, COM EFEITO, ainda temos e teremos muito a lutar contra essas depravações de hábitos, a apropriação de informações privilegiadas, a construção de pequenos impérios individuais à custa de sombras egoístas fincadas sobre a carne, o suor e a alma de nossos conterrâneos e compatriotas. Aos que assim agem demos-lhes, no entanto, nosso indulto individual, nosso perdão, deixando à Justiça o seu trabalho restaurador das coisas em sua ordem.

A propósito, neste ponto lembra-me o que sobre a corrupção entre os cobradores de impostos diz o Livro Santo:
“ Chegaram também uns cobradores de impostos, para serem batizados, e lhe perguntaram: Mestre, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não peçais mais do que o que vos está ordenado. ” (Lucas 3: 12-13)

por: Zé Roberto Balestra

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2 comentários sobre “A ovelha negra e os salteadores da fazenda municipal

  1. Muito oportuna sua reflexão, se é que assim podemos classificar seu texto Zé Roberto. É lamentável. Pouca gente aparece pra ajudar, mas, pra atrapalhar, só por Deus.
    Ninguém tem o direito de enganar ou prejudicar o próximo. Este tipo de crime precisa ser punido de maneira exemplar, com a mesma consideração que este tipo de pessoa tem com seus iguais.

  2. Não é somente este tipo de crime que precisa ser punido. Existem muitos outros que merece a mesma atenção dada a este. O que precisa é serem denunciados, e as vezes as pessoas não querem se envolver para não correr o risco de sofrer as consequencias que delas poderão advir!

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