“Querendo, poderá a Defesa esclarecer os lançamentos de pagamentos a ‘Feira’ localizados na Odebrecht, entre 2014 e 2015, caso de fato sejam pertinentes a seus clientes.”
No pedido de prisão preventiva de João Santana e Mônica Moura ao juiz Sérgio Moro a Polícia Federal relata que no dia da deflagração da Operação Acarajé, Santana excluiu conta no Dropbox, “em clara tentativa de eliminar eventuais elementos probatórios relevantes que ali pudessem ser encontrados”.
“No dia 19/02, mais precisamente às 23h12, Clarice Peixinho, responsável pela POLISTOUR, envia mensagem de correio eletrônico a MONICA MOURA, indagando se poderia adquirir bilhete aéreo já reservado para o advogado do casal, para que ele se deslocasse à República Dominicana, onde o casal se encontrava. De início, parece-nos curioso que a funcionária CLARICE estivesse trabalhando numa sexta-feira, após as 23 horas. Ademais, na quinta-feira iniciaram-se as mobilizações de pessoal para a deflagração da 23ª fase da Operação, o que indica, como bem anotado pela equipe de análise, a possibilidade de que os investigados tenham tomado conhecimento da deflagração da Operação que se daria três dias depois.”
O prazo dado por Sérgio Moro para que a defesa de João Santana e Mônica Moura se manifeste termina às 15h30.
“Querendo, poderá a Defesa esclarecer os lançamentos de pagamentos a ‘Feira’ localizados na Odebrecht, entre 2014 e 2015, caso de fato sejam pertinentes a seus clientes.”
Outra planilha anexada pela PF, apreendida com a secretária da Odebrecht, mostra pagamentos para “Feira”, com códigos como macaxeira, tapioca, futebol, esgrima, natação e beisebol, no valor de R$ 21,4 milhões, bem superior aos R$ 4 milhões já identificados.