Caderneta de Padeiro

Publicado em 30 de agosto de 2015

A situação do país é muito delicada. Além do descrédito trazido pelas denúncias de corrupção, que estão sendo apuradas pelos órgãos competentes, a locomotiva do governo federal e suas estatais começam a diminuir o ritmo de ações, levando os economistas a apurar e projetar níveis preocupantes de atividade econômica.
Já abordei, de diversas formas e em diferentes artigos, a importância de um bom planejamento financeiro para o sucesso de qualquer empreendimento. Nossa situação, em Paranavaí, é de estabilidade, com pagamentos em dia e obras sendo realizadas pelo município, em parceria com os governos do estado e federal.
Acredito que podemos passar por este momento difícil garantindo que todas as obras em andamento sejam concluídas e pagas. Isto se deve, em grande parte ao planejamento e as formas de financiamento adotadas pelo governo municipal.
Logo após as eleições do ano passado, tomamos medidas de governança que foram decisivas para que a cidade estivesse preparada para os desafios que se apresentaram. Muitos não entenderam as medidas restritivas adotadas ao início do ano, com diminuição de cargos comissionados, gastos de custeio, horas extras e outras, algumas impopulares mas que foram imprescindíveis para manter o ritmo de obras em andamento do município.
Paralelo a isto, incrementamos a atração de novos investimentos, com terrenos disponibilizados e ações através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Agência do Trabalhador visando ofertar novas vagas de emprego e ampliar as oferecidas pelo nosso parque industrial e demais empresas ligadas ao comércio e serviços.
A agropecuária, embora a crise da mandioca tenha prejudicado um avanço maior, tem respondido com vigor às ações de fomento desenvolvidas pelos entes federados, com destaque para os setores da laranja e a pecuária, com implantação de novos projetos e ampliação dos existentes.
Isto nos leva a ter uma visão otimista de médio e longo prazo, de que a cidade será “a última a entrar na crise e a primeira a sair dela” conforme tenho dito em diversas oportunidades.
Afinal, administrar bem é uma questão de ter um bom planejamento, controle efetivo e organização eficiente. Assim como em uma caderneta de padaria, a conta de créditos e débitos tem que fechar equilibrada. Sem isto qualquer medida será intempestiva e, por vezes, inoportuna, prejudicial à população ou inadequada.
Rogério Lorenzetti
Publicado originalmente no Diário do Noroeste

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4 comentários sobre “Caderneta de Padeiro

  1. Lorenzetti é uma das gratas revelações em administrações municipais nas últimas safras.
    Um nome a ser pensado para o governo.

    • Eu nao iria votar nunca mais pra nenhum candidato ao Governo do Estado do Parana, mas… se o Sr.Rogerio Lorenzetti for um dos candidatos, meu trabalho, meu voto e minha torcida esta do seu lado, pois o homem e BOM mesmo!!!

  2. Caro Prefeito.
    Em meio a tanta informação negativa que a grande mídia despeja diuturnamente, provocada pela avalanche de escândalos que parece interminável e pelas consequências da má gestão da coisa pública, que abala o emocional do brasileiro e aos poucos instala a desesperança, suas considerações nos servem de alento e exemplo a seguir.

  3. Em sua entrevista na rádio, o prefeito atualizou para cerca de R$5 milhões, o que entrou no caixa com o Refis. Portanto, faltam mais de R$91 milhões em dívidas não pagas. Dada a alíquota irrisória do imposto cobrado sobre um terreno e a ausência de reavaliação venal, apesar do avanço inicial do PMAT, imaginem a quantidade de terras nas mãos de uma minoria de proprietáios, para daí resultar num montante de dívida dessa magnitude. Enquanto isso, empresários precisam mendigar à prefeitura para que lhes ceda um terreno, onde irão gastar na construção da sua empresa, remunerar empregados e acirrar a concorrência que eleva a qualidade da prestação dos serviços.
    A sociedade precisará demonstrar o quanto realmente deseja ir em direção ao progresso, para conseguir sobrepujar a artimanha dos agiotas, os quais farão de tudo para cancelar essas dívidas, principalmente tentando eleger marionetes na próxima eleição, ainda mais que, aparentemente, não podemos contar com a atuação do ministério público, para o qual existe apenas ICMS e ISS de competência de empresas produtivas, sendo que IPTU e ITR ainda soam um tanto estranhos ao ministério.

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