A exemplo do acontece em todo o Brasil, no Paraná, famílias de políticos se perpetuam nos cargos de poder, numa ciranda perversa e interminável.
Para se perpetuarem no poder e assegurar a continuidade “utilizam” diferentes “estratégias”. Entre outras, manter grupos fiéis sob seu domínio, alimentando-os com programas assistencialistas, cargos e outro benefícios. Essa é apenas uma das lógicas “utilizadas” para garantir no poder, por décadas, os colecionadores de mandatos.
Uma triste realidade, pois a história mostra que quando há renovação o comprometimento com resultados é muito maior, seja como forma de honrar os compromissos assumidos em campanha, ou pelo desejo de construir sua própria tribo.
Isto não acontece com os políticos vitalícios. Quando não há renovação, e o retorno ao poder é garantido, fazer uma boa gestão deixa de ser prioridade e os resultados nem sempre são positivos.
Como tem sido mostrado, esta “intimidade” com os “cargos de confiança” tem transformado o trabalhador brasileiro em mendigo de seus próprios direitos.
Tem facilitado grandes esquemas de corrupção e formação de quadrilhas de canalhas, traidores da confiança e ladrões dos sagrados recursos que deveriam ser destinados aos serviços essenciais.
Esta realidade não contribui com a educação e com a construção da verdadeira democracia, pois o revezamento partidário é a alma do sistema democrático, enquanto a dominação é uma forma de totalitarismo, uma espécie de mão forte de uma ditadura.
Portanto, alimentar um único partido ou contribuir para que o poder permaneça com as mesmas pessoas só “beneficia” grupos de oportunistas, acostumados com as “vantagens” dos cargos públicos e às custas do sacrifício do “contribuinte”.
Precisamos despertar deste estado de prostração.
Temos homens e mulheres honestos e capazes de governar nossos interesses.
Durante recente encontro de prefeitos, em Brasília, surgiu a ideia de lançar nomes de prefeitos, com capacidade e visão de gestão pública, para governar o Paraná. Foram lembrados os nomes dos prefeitos Edgar Bueno, de Cascavel e de Rogério Lorenzetti, de Paranavaí.
A receptividade, muito positiva, deve ter “perturbado” a tranquilidade hereditária dos coronéis, pois, como profissionais do “ramo” sabem que prefeitos unidos poderiam mudar a história política do Paraná, quebrar os grilhões que nos prendem a este modelo político e sepultar, pra sempre, este círculo vicioso e nocivo.
Mas é importante lembrar que estes políticos não colocaram faca no peito de ninguém para garantir o voto. Que têm sido reconduzidos ao poder de forma legítima, com permissão e apoio do eleitor, e que, segundo sua visão, embora deturpada, entendem que estão certos, pois agem em defesa de seus próprios interesses.
Para que mudanças aconteçam a Nação precisa que cada um tenha consciência da importância de seu participação no processo. Precisa que cada brasileiro exercite com reponsabilidade seu papel de cidadão.
Ingenuidade achar que algum dia este “tipo” de político vai investir na conscientização e preparar o povo para votar de maneira correta. Este amadurecimento terá que brotar do seio da comunidade.
Enquanto isso não acontecer continuaremos reféns desta ditadura branca, deste arremedo de democracia.
por Chico Ramos
Dois amigos conversam:
– Cara, eu não posso escutar ou ver programa eleitoral…
– Por quê? – pergunta o outro – É trauma de infância?
– Não, é que minha esposa fugiu com um político…
– Pô, cara… Sinto muito…
– Pois é… Toda vez que ouço ou vejo um programa eleitoral penso que é o cara que veio trazer ela de volta.
Sergio Jose – Old Rubens.