Recebemos através do professor Ricardo Drummond de Macedo, um artigo assinado por Neto Rodriguez que faz um relato (ou uma crônica) sobre os acontecimentos desta semana no Centro Cívico. Leia abaixo o artigo.
Aos “baderneiros” com carinho
Deputados no camburão, secretário Batman fugindo do professor, deputada “dondoquinha” pedindo socorro para a mãe de dentro do banheiro. A política paranaense foi desmascarada em uma sequência incrível de acontecimentos que começou com uma manifestação dos servidores, o que para a “elite” do envidraçado e pomposo Palácio Iguaçu, já fazia parte do cenário. Sim, é assim que eles se referem às manifestações. Tem o senhorzinho que grita dia e noite em frente ao palácio, dizem, perdeu as terras para o governo, pirou e desde então grita palavras sem nexo, perdido em sua mágoa. Tem servidor da saúde, da educação, agente penitenciário, nos últimos anos, toda a semana tinha uma manifestação. Por isso, para a nação de comissionados e assessores do governador e seus deputados, nada de novo debaixo do céu.
Com seus paletós e postura provinciana, muitos deles são do interior, mas a pompa é bonita e, bastam 15 dias levando “um banho de Palácio”, como um deputado eleito me confidenciava, para a pessoa se adequar aquele estilo arrogante e soberbo. Era semana de votação, primeiro pedido importante do ano, todos tinham que atender o chefe. 19 assinaram o pedido de comissão geral, os demais votariam de arrasto no plenário. Era tudo rápido, rasteiro e tudo resolvido.
Não, meu amigo. O clima era outro. Nas redes sociais a tsunami de indignação pedia o revide, nas ruas do Centro Cívico, mais e mais pessoas chegavam, se reuniam. Perplexos, os deputados da base tentaram votar, não conseguiram.
Portão no chão, galerias tomadas, vaias, palavras de ordem, pressão. Traia Traiano, encerra os trabalhos. Todos pra casa, amanhã se vota, sem erro.
Canetada do juiz, polícia na porta, cachorro babando. Mais e mais gente chegando. Ônibus do interior desembarcam paranaenses de todos os cantos do estado, um mar de gente, estudantes. Mais polícia, chegam as esposas dos policiais, a tropa não tem o que comer, enquanto os deputados almoçam no restaurante da ALEP com um cardápio que oferece variados pratos.
Mais confusão, nada de votação. Todos no Chapéu Pensador, reunião com o chefe; “somos estadistas” vamos fazer o que tem que ser feito. Batman chama o camburão, todo mundo pra dentro. 5km dividem a história da política paraense. Não tem como passar, o professor parou na frente do camburão. O Batman pula, o professor enfrenta. Dentro do camburão a imagem do desespero. Política jogada no lixo, nome arremessado na lama. Desce, desce. Como marginais eles fogem, lembrando a revolta popular nas descidas do Casal Nardoni, de Suzane Von Richthofen e os irmãos Cravinhos para seus respectivos julgamentos. Como ratos fogem pelos cantos, entram para votação.
Mais cachorro, mais homens de preto, cassetetes batem nos escudos, professores jogam flores. Tiro, porrada e bomba. A população ergue as mãos, joga flores e avança. Mais tiro, olhos ardendo é gás de pimenta.
Ninguém se entrega. Mãos ao alto, flores no chão e amultidão avança.
Assembleia tomada, deputados fugindo pelos fundos, projeto retirado e o Hino Nacional entoado por 30 mil baderneiros, que na verdade, em sua maioria eram mestres, professores, educadores, mostrando ao Brasil, mostrando as novas gerações que é possível mudar, que o país tem jeito sim! Nos ensinaram a bela lição de que basta se organizar, protestar, cobrar e nunca, mas nunca se acomodar!
NETO RODRIGEZ
Ué, entregou pro blogue um artigo assinado por um tal de “Neto Rodrigez” (com erro de grafia tudo)?
Quem é ele na sociedade paranaense? Professor é que não pode ser…
Hum, sei não, mas tudo isto está com um cheirinho danado de mãos vermelhinhas ou de natureza análoga, hem Taturana?
Sábias palavras!!!
Os professores ensinaram aos seus alunos, novos métodos para conseguirem os seus intentos. Que ninguém se espante, quando a rapaziada – moços e moças, tomarem as salas de direção, secretarias, se amotinarem nos pátios das escolas onde entrarão depois de botarem os seus muros e cercas abaixos. Que ninguém se espante, quando professores tiverem que correr para os sanitários, alguns deles forem agredidos com o lançamento dalgum objeto.
Nada contra o movimento, pelo contrário, legitimo, pois responde a uma ação totalmente equivocada de parte do gov. Beto Richa que não convidou a classe para uma discutir o que lhe foi sugerido pelo secretário da Fazenda, recém importado de outro Estado.
Outros estados, como MG e RS, estão elaborando planos de reacerto de suas finanças. Mais 17 estão em situação de penúria, e isso decorre do sufoco que lhes são impostos pela política tributária desenvolvida pela incompetência, pela ganância e pela corrupção que campeiam soltas, nas salas do Palácio da PresidAnta.
que isso taturana !?!?!
tem 5 policiais machucado.
baderneiros é que nem ÁLVARO DIAS
na borrachada.
olha se esse prof. estava lá!?!?!
[…]
O nome do articulista do texto é com Z mesmo. Influência espanhola, eu creio. Quanto à sua identidade, pode ser conferida por qualquer um que o queira, tanto no facebook quanto na própria web. E este texto é dos menos ácidos e acusadores de alguém que conhece bem o entorno do Poder. Quiçá tivéssemos mesmo uma classe estudantil capaz de tomar a Cidadania de volta daqueles que a roubam todo santo dia. Quem sabe num futuro mais democrático… Quanto a situação do Paraná, só os cegos pela propaganda, ou coniventes e usufruidores com a enganação, não sabiam do arrombo do caixa estadual em algo em torno de 4 bilhões, no Estado que proporcionalmente, mais arrecadou no Brasil no triênio anterior à 2014. Dados propagandeados pelo próprio (des)governo estadual em sua estelionatária e milionária campanha eleitoral. Quanto aos machucados, não os há em maior quantidade por que a Polícia Militar do Paraná foi em sua consciência, solidária aos Professores pois sabem em seu íntimo, o que a participação de suas esposas, filhas e mães nos protestos não desmentem, que a LUTA desses também garantia o Direito daqueles, vilipendiados por técnicos importados, com passado mais que nebuloso, para dizer o mínimo, nas barras dos tribunais Brasil afora. Claro que os trogloditas defensores da porrada não podem ficar satisfeitos. A memória execrada do Massacre de 88 os deixa salivando de ódio, ao verem aqueles mesmos massacrados, promoverem em 2014 o maior movimento cívico da História do Paraná, pondo seu governo de joelhos.
Deixe-me ajudá-lo então, Macedo: o sobrenome deve(ria) ser assinado RODRIGuEZ, e não RODRIGeZ. Compreende-me agora?
Um equívoco crasso desse, e ainda mais vindo de seu assinante, conduz o leitor à óbvia conclusão que eu disse antes; trata-se efetivamente de personagem fictício. E daí as palavras que lhe são atribuídas autoria perdem a relevância e o eco pretendidos.
O erro foi meu. A última linha foi escrita por mim, como uma assinatura, como o podes conferir na apresentação feita ao texto pelo próprio blogueiro Taturana. E não, um simples erro de grafia não torne ninguém inexistente… Ele foi Assessor de Imprensa de alguns próceres interioranos do PSDB…
Então fica esclarecido de vez este assunto, Macedo: como eu bem suspeitava, o texto é de fato de sua autoria, agora confessadamente, e não de outrem. Tollitur quæstio. Abs
prof. kkkkkkkkkkk:)
Nada, nenhum movimento, nenhuma reivindicação, por mais justa que possa ser, justifica baderna, destruição de patrimônio público, falta de civilidade, da mesma forma, nada justifica reação truculenta em nome da manutenção da ordem. A Assembléia, existe, porque existem eleitores, a casa, via de conseqüência não é dos políticos, mas das pessoas de quem estes devem e tem a obrigação de ser representantes, como um templo religioso, deve estar sempre com as portas abertas a todos, da mesma forma, aqueles que nela adentram, devem pautar seu comportamento e permanência pelo principio da civilidade, por sua vez o direito de protesto é inerente de qualquer democracia e em seu nome deve ser exercido, contudo, sem exageros. Por outro lado, as pessoas não podem pensar que na ocorrência de divergências, ser educado ou cortês, significa subserviência, entendo que protestos devem existir e serem feitos como forma de demonstração de insatisfação, desaprovação ou discordância, contudo, devem ser de forma ordeira, e, principalmente, civilizada, quanto aqueles a quem o protesto é endereçado (políticos no caso), devem, também, reagir pautados nos mesmos princípios, quais sejam o da civilidade, da educação e do bom senso, sem os quais, nenhuma democracia sobrevive.
Roque, até que enfim vejo um comentário escrito com absoluta lucidez sobre a invasão da ALEP. Parabéns pelo elevado sentido de cidadania que o norteia. Abs
Onde vc mora?? Que País??
Vc não aprendeu q no Brasil infelizmente tem quer deste jeito??
A tal atitude fez com que o projeto fosse retirado e revisto… senão já estaria votado…
Depois que o leite derramou, não adianta chorar…
O comentário do Roque não merece retoques, a ele, meus parabéns.